De certa forma ela tinha razão. Ou ele amadurecia ou os dois tomariam caminhos diferentes. Pô, não da para viver com alguém que aos 20 e poucos anos tomava atitudes de um adolescente mimado. Que todos temos uma criança dentro da gente, disso ela sabia e até gostava de palhaçadas que ele fazia vez em quando, mas tudo tem um limite, será que era tão difícil entender isso? Será que crescer e tentar viver de uma forma adulta é tão duro? Talvez, sim. E talvez ele fosse um dos muitos nessa vida que tem esse medo... Mas ela acreditava que quem quer, consegue. Acreditava que se ele quisesse tudo poderia mudar e ai sim eles poderiam seguir juntos.
È parece que ele não se esforçou. Continuava com suas bebedeiras aos finais de semana. Continuava com seus ciúmes exarcebados. Não queria voltar para a faculdade e muito menos queria trabalhar nas empresas da família. Queria continuar saindo de quinta a domingo e ainda morria de raiva quando ela dizia: ”Não da Gabriel, amanhã tenho que trabalhar cedo, lembra?” Para ele, isso era o fim dos tempos. Deixar de ir para as melhores boites e barzinhos da cidade, só porque no outro dia tinha a tal da “labuta”? Ele não gostava disso e por vezes discutiam feio; mas ela não perdia as esperanças de conseguir mudá-lo e por isso continuava. Só que no momento que ela viu que ele só mudaria se quisesse e que nada adiantaria sua ajuda, ela colocou suas “cartas” na mesa... Agora... Só dependia dele. Eu queria muito dizer que ele optou por amadurecer, que ele optou por lutar... Mas não foi isso que aconteceu. Ele foi grosseiro: “Quem ta perdendo é você, Carolina; ou você acha que ainda vai encontrar um cara como eu bonito e rico por ai assim fácil? Duvido.” Ela calou-se. Nada disse. E ele, foi embora. Essa foi à última vez que eles se viram.
Quatro anos se passaram. Carolina se formou. Conseguiu uma bolsa de pós – graduação em Salamanca e foi embora do Brasil. Deixou para trás tudo o que ainda feria seu coração. Todas as mágoas e tristezas. Deixou também amigos e familia que tanto lhe faziam bem, mas ela precisava disso. Precisava de novos rumos. Ao sair da pós, logo conseguiu o que era seu maior sonho: Trabalhar como Assessora de Marketing de uma grande empresa multinacional. Conseguiu comprar um apartamento, um carro... Tudo, com muito esforço. Resolveu voltar ao Brasil. Visitar a família e os amigos. Ela já com 28 anos. Não era a mesma que Gabriel conheceu um dia . E ela sabia disso. Não se sabe como, ele soube que ela voltaria. Quis fazer uma surpresa. Foi ao aeroporto. Mas a surpresa foi dele: Ela estava deslumbrante. Com o olhar maduro e sincero do qual ele sempre conheceu, mas... Estava casada... Um espanhol que ela havia conhecido no trabalho a poucos meses atrás...Gabriel não acreditava... Ela quando o viu, ficou surpresa, mas nada demonstrou... Ele continuava o mesmo. Parecia que o tempo não o havia ajudado em nada... Após ela ter abraçado toda a família e os amigos que lá estavam e feito as apresentações devidas, foi até onde Gabriel estava e com um olhar de desprezo disse: “Lembra da última vez que nos vimos? Pois é... Quem perdeu foi você, meu caro Gabriel... ou você acha que ainda vai encontrar uma mulher como eu bonita rica e elegante por ai assim fácil? Duvido”. Dessa vez, foi ele quem calou. Uma lágrima se atreveu a cair. Ele queria pedir perdão. Dizer que precisava dela. Que nunca a esqueceu. Que nunca conseguiu encontrar uma mulher como ela. Mas calou...O que ele poderia dizer? E assim... Pedro foi embora e decidiu que dali em diante tudo seria diferente. O que aconteceu com ele? infelizmente não sei... Mas espero, sinceramente, que ele tenha aprendido a lição.
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